Com 1,8% de chances e a troca polêmica de Dončić, Dallas Mavericks garante a 1ª escolha do Draft

Com 1,8% de chances e a troca polêmica de Dončić, Dallas Mavericks garante a 1ª escolha do Draft

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Um misto de surpresa e polêmica marcou o grande momento da Loteria do Draft 2025 NBA: mesmo com 1,8% de chances de garantir a primeira escolha, o Dallas Mavericks ficou com a pick 1 do próximo processo seletivo.

A franquia texana, portanto, vai ter o direito de recrutar Cooper Flagg, ala/ala-pivô classificado como um talento geracional já sendo um time de play-in e contando com nomes como Kyrie Irving e Anthony Davis, enquanto times como Utah Jazz, Washington Wizards e Charlotte Hornets — que tiveram os piores recordes da liga e contam com elencos abaixo da média — não ficaram nem no top 3.

Novo craque a caminho e teorias da conspiração

Apesar de saltos como esses já terem ocorrido em outros drafts (era previsto que Dallas tivesse somente a 11ª escolha geral), essa “sorte” dos Mavs se junta, por parte de torcedores e até mesmo da mídia internacional, ao hall dos drafts acusados de manipulação, como os de 1985 (que levou Patrick Ewing ao New York Knicks) e o de 2003, que permitiu ao Cleveland Cavaliers selecionar LeBron James.

Isso porque na madrugada do dia 1º para o dia 2 de fevereiro, o Dallas Mavericks protagonizou uma das maiores trocas da história da NBA considerando os nomes envolvidos, ao oferecer Luka Dončić de bandeja ao Los Angeles Lakers em troca de Anthony Davis, Max Christie e uma escolha de primeira rodada.

A negociação, que foi um choque até para os atletas envolvidos, acabou por dar um novo franchise player a um dos times mais vitoriosos da história, enquanto os Mavs pouco receberam em troca de um forte candidato a se tornar a maior estrela da liga em um futuro próximo.

No fim das contas, o que ficou para o mundo do basquete foram grandes dúvidas sobre as motivações da troca, com muitos acreditando desde quando a troca foi confirmada que Dallas teria sido coagido a “ajudar” a NBA a fortalecer um dos seus principais mercados em troca de algum favor futuro. Teoria da conspiração ou não, os Mavericks recebem um excelente prêmio de consolação 3 meses depois do ocorrido.

Spurs e Sixers também se dão bem e surpreendem ao completar o top 3

Toda a surpresa e polêmica envolvendo Dallas ganhando a first pick acabou por tirar a atenção de outro fator importante: houve outros saltos importantes tanto na pick 2 (San Antonio Spurs) quanto na pick 3 (Philadelphia 76ers) podem impactar diretamente o futuro próximo da liga.

Com a segunda escolha, os Spurs têm a chance de escolher mais um jogador de grande potencial — provavelmente o armador/ala-armador Dylan Harper — para se juntar a Victor Wenbanyama (calouro do ano em 2023/24) e Stephon Castle (calouro do ano em 24/25) e formar uma espinha dorsal que pode dominar a liga em breve. Some essas peças a recente aquisição do armador all-star De’aaron Fox e tenha um time jovem que pode estar a uma peça de brigar pelo título.

Já na terceira escolha, os Sixers também vão formando seu núcleo jovem, focando no já consolidado Tyrese Maxey e nas boas provas dadas pelo calouro Jared McCain antes de sua lesão, quando foi apontado como favorito para o prêmio de calouro do ano que ficou com Castle. Portanto, o promissor jovem que chegará em breve (ao que tudo indica, o ala VJ Edgecomb) já terá espaço para causar um impacto imediato, podendo até se juntar a um postulante ao título caso Joel Embiid volte bem de sua lesão.

Hornets, Jazz e Wizards terão de se contentar com “sobras”

As três piores campanhas da NBA em 24/25 sonharam — e até tiraram o pé em alguns momentos para aumentarem suas chances na loteria— para terem Cooper Flagg em suas escalações. Na pior das hipóteses, Harper e Edgecomb seriam excelentes prêmios de consolação, fechando os três talentos de primeira prateleira disponíveis.

Portanto, a não ser que um dos jovens restantes torne-se um craque, surpreendendo as expectativas, os péssimos desempenhos de Charlotte Hornets (4), Utah Jazz (5) e Washington Wizards (6) foram mais proveitosos para os apostadores, que puderam explorar mercados de handicap no basquete contra três dos piores times da NBA por toda uma temporada de jogos.

Dentre os 3 azarados, Charlotte ainda pode se beneficiar de uma pequena polêmica para adquirir um talento antes visto como digno do top 3 no ala Ace Bailey. A queda de Bailey nas projeções do Draft se deve a discrepância entre sua altura declarada (2,08 metros) e a primeira medida oficial tirada, de “somente” 2 metros.

Era justamente a mistura de boa envergadura e alto potencial de pontuação que intrigava as equipes, mas seu talento tido como mais completo pontuador dessa classe de calouros ainda pode ser aproveitado como um ala-armador de alto potencial.

No mais, Utah e Washington terão que se contentar com jovens que não estão entre os nomes apontados como capazes de mudar o destino de uma franquia, mas nomes como Kon Knueppel e Tre Johnson apresentam ferramentas interessantes para surpreender e se tornarem grandes jogadores no futuro.